terça-feira, 13 de março de 2007


Às vezes tu dizias:
os teus olhos são peixes verdes!
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos.
Era no tempo em que o teu corpo era um aquário.
Era no tempo em que os meus olhos eram os tais peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade: uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.

E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus



E.A.


2 comentários:

Anónimo disse...

amo este poema...diz tudo!!! toca.nos la no fundinho ne??? mas a certas e determinadas coisas k nao merecem poemas, nem lagrimas e nem pensamentos...tu sabes!

sê feliz...e eskece o passado***

Anónimo disse...

É qualquer coisa este poema.... Um dia vou escrever um poema que vai mudar o mundo e tu vais postá-lo!!! LOOL