domingo, 25 de novembro de 2007

Os espíritos livres reconhecem-se pelo olhar porque a luz que brilha nos seus olhos é a mesma que brilha nas estrelas, não resistem a mostrar aos outros as constelações dos céus e... dançam juntos quando chega a luz da madrugada. Um espírito livre olha nos olhos de um desconhecido, fala de amor à primeira vista, de almas gémeas, defende idéias que parecem ridículas, chora mágoas e decepções antigas, alegra-se com novas descobertas, diverte-se, brinca, é irreverente, faz perguntas inconvenientes, diz tolices, disfarça-se de louco quando sofre de lucidez e... dança com os seus companheiros.

Sou efemera, Sou sensivel, Sou fraca, Sou falivel, Sou eterna...
Consegues descrever-me? Esta aqui a tua oportunidade.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007


ELOGIO AO AMOR - Miguel Esteves Cardoso in Expresso
Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.


Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões.

O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona?

Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra.·

O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.

Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima.

O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal.

Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.

Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.

A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Leva-me contigo




Olho para tudo e tudo me faz chorar
Deixas-me mudo ja nao posso mais falar
Sei que estas confusa, mas isso e normal
Para mim es uma musa, alguem muito especial
Ja nao te vejo ha um dia, para mim parece um mês
Ja te disse o que sentia, agora e a tua vez
Deixa-me voar, quero sair aqui
Quero estar no teu lugar, queria te ter so a ti
Em ti estou seguro, daqui nao vou sair
Nem que atravesse um muro com o risco de cair
Nao me largues mais, eu nao te quero perder
Tens de voltar ao cais que eu sem ti nao sei viver
Ja senti a plenitude, nao importa o que tinha feito
Eras a minha virtude, nunca foste o meu defeito
Digo-te o que sinto, nao pareces entender
E verdade, eu nao minto, tenho mesmo que te ver...

Leva-me contigo na palma da tua mão
Que eu ja nao consigo pisar mais este chão
Leva-me p`ra longe que eu nao consigo andar
Quero estar contigo, o teu mundo e o meu lugar
Acabaram-se as palavras que saiam de ti
Estivesses onde estavas, eu sentia-te em mim
Abraca-me uma vez, e outra a seguir
Abracos ja sao tres, ja te estou a sentir...

Nao te quero enganar, sem ti amo também
Quero te olhar, eu sem ti nao sou ninguém
Podes prender-me em ti, podes voltar a gostar
Diz-me o que é que fiz, que eu tento mudar
Nao suporto ver-te assim, tu sentes-te culpada
Poe a culpa em mim, acho que foste pressionada
Tenta perceber, nao te sintas mal
Tenho que dizer que tudo em ti e especial
Uma pagina rasgada e arrastada pelo vento
Nao pensei mais nada, nao me sais do pensamento
Estas em todo o lado, nas paredes e no mar
Nao quero ficar parado, nao te quero largar
Passa a noite e o dia sem que os sinta a passar
Tudo o que eu queria era o tempo a parar
Ficava sozinho, talvez a pensar de mais
Mas talvez é um caminho para atingir os meus ideais...

Leva-me contigo na palma da tua mão
Que eu ja nao consigo pisar mais este chão
Leva-me p`ra longe que eu nao consigo andar
Quero estar contigo, o teu mundo e o meu lugar
Acabaram-se as palavras que saiam de ti
Estivesses onde estavas, eu sentia-te em mim
Abraca-me uma ves, e outra a seguir
Abracos ja sao tres, ja te estou a sentir...